A sabedoria nossa de cada dia

Criar um Site Grátis Fantástico
A sabedoria nossa de cada dia

A SABEDORIA NOSSA DE CADA DIA

 

OS SEGREDOS DO PAI-NOSSO 2 

 

Este é um dos livros do Augusto Cury no qual descreve em 155 páginas uma brilhante reflexão sobre o tão famoso "Pão Nosso de cada dia", uma oração feita por muitos porem de uma forma psíquica descreve um pensamento do Mestre dos Mestres. Tirei apenas alguns trechos que achei brilhantes, para os que gostariam de ver o pensamento do autor falando sobre a passagem de Jesus e seu pensamento é só comprar na sua obra.

 

Boa leitura,

 

 

 

Eu sei que nada sei, pois tudo o que sei denuncia o quanto não sei e revela minha ignorância. (Augusto Cury parafraseando Sócrates)

 

 

Um dos maiores segredos da existência é o autoconhecimento e a compreensão de que não somos heróis, mas seres humanos sujeitos a inúmeras falhas.

 

 

Enxergar nossas limitações e imperfeições pode nos causar uma breve inquietação, mas também pode nos dar uma oportunidade preciosa para transformar ansiedade em criatividade, decepções em tolerâncias e perdas em maturidade.

 

 

Procure Deus não por fuga, medo ou insegurança, mas porque tem um grande sonho: continuar o espetáculo da existência num palco inextinguível.

 

 

 

Devemos ser sensatos como os adultos, mas curiosos como as crianças. Devemos refletir como os idosos, mas explorar o mundo como os adolescentes.

 

 

 

Que metas você elegeu como fundamentais em sua vida? Muitos são levados pelas ondas da existência, sem direção, sem objetivos ou prioridades

 

 

 

Quem sabe navegar nos tempos atuais? Uns afundam no sentimento de culpa; outros, no endeusamento de si mesmos. Uns sucumbem na timidez; outros, na ousadia inconsequente.

 

 

 

O melhor educador é o que gera uma fonte de perguntas em seus alunos, e não o que é uma fonte de respostas prontas. As respostas prontas produzem servos; o questionamento, pensadores. Jesus deu poucas respostas, mas provocou inúmeras perguntas.

 

 

 

Viver é uma arte belíssima e extremamente complicada. Existir é uma experiência complexa que possui variáveis nem sempre controláveis. A pessoa mais calma vive momentos de ansiedade; a mais coerente, momentos ilógicos.

 

 

 

Só uma pessoa nutrida com autocrítica tem consciência dos próprios erros, só uma pessoa nutrida com generosidade pode não ser carrasco dos outros e de si mesmo.

 

 

 

Não deveríamos esperar ter a saúde comprometida para resgatar o valor da existência. Precisamos exaltar a vida quando estamos saudáveis. Procurar viver cada minuto com intensidade como se fosse o último. Viver cada dia com vibração como se fosse único. Amar as pessoas próximas como se fôssemos deixar de vê-las.

 

 

 

O melhor mestre não é o que bombardeia a memória de seus alunos com informações, mas o que instiga a arte de pensar. Não é o que tem eloquência, mas o que inspira a criatividade. Não é o que aplaude os notáveis, mas o que resgata a auto-estima dos excluídos.

 

 

 

O maior erro não é falhar, mas negar nossas falhas, abrigar incoerências, equívocos e tolices debaixo do tapete do nosso autoritarismo.

 

 

 

A existência humana é uma caixa de surpresas. Num momento estamos sorrindo; em outro, chorando, Numa estação o sol ilumina nosso rosto; em outra, uma tempestade desaba sobre nossas cabeças. Numa ocasião somos aplaudidos; em outra, esquecidos ou vaiados. Num momento somos heróis; em outros, vilões. Numa temporada somos imbatíveis; em outra, derrotados. Num período parecemos imortais; em outro, nos encontramos num leito de hospital.

 

 

 

Uma pessoa segura não perde tempo quando alguém a ofende, frustra, desaponta. Sabe que as relações sociais são ilógicas e acidentadas. Uma pessoa insegura é hipersensível, se deixa invadir pelos outros, gasta um tempo enorme chafurdando na lama das frustrações.

 

 

 

EMOÇÃO E SEM EMOÇÃO

A emoçao é a área mais singela, mais ingênua, mais complexa e mais bela da psique.

SEM EMOÇÃO, somos coerentes; COM ELA, somos algumas vezes contraditórios. SEM EMOÇÃO, somos lógicos; COM ELA, distorcemos a realidade.

SEM EMOÇÃO,  somos saciados; COM ELA, nos tornamos incansáveis sedentos. SEM EMOÇÃO, uma forte discriminação não nos causa impactos; COM ELA, um breve olhar que nos rejeita pode ser inesquecível. SEM EMOÇÃO, um grande elogio não nos excita; COM ELA, um pequeno beijo causa arrepios.

SEM EMOÇÃO, as falhas não geram angústias; COM ELA, se produz um insondável sentimento de culpa que, se for sereno, nos faz rever caminhos, mas se for intenso, paralisa a psique.

SEM EMOÇÃO, a rotina não incomoda; COM ELA, a mesmice pode ser insuportável.

SEM EMOÇÃO, a presença ou ausência das pessoas é indiferente, COM ELA, somos arrastados pelas chamas do amor, pela necessidade inexplicável de cruzar nossas histórias. SEM EMOÇÃO, somos chatos, aborrecíveis, maçantes; COM ELA, podemos ser mais chatos ainda, mas podemos também ser agradáveis, líricos, poéticos, interessantes.

 

 

 

A emoção faz toda a diferença no teatro psíquico. Ela gera a aventura, o encanto, o romantismo, a ansiedade, o desespero, as fobias, o humor depressivo.

 

 

 

A dor, o caos e as perdas podem e devem servir como uma oportunidade preciosa para crescermos, amadurecermos e expandirmos nossa sabedoria, mas o prazer deveria ser parte fundamental do processo existencial.

 

 

 

SEM EMOÇÃO não haveria frustrações, traições, suicídios, mas somente com ela somos seres humanos. Sem emoção, teríamos uma vida sem complicações; COM ELA tudo é mais difícil, mas ao mesmo tempo, gostoso, excitante, agradável.

 

 

 

Se você deseja ser excessivamente racional, desista. Em algum momento entrará em contradição. Se almeja ser extremamente cartesiano, matemático, desista. Em algum momento sua emoção o trairá. E, se conseguir ser racional e estritamente lógico, a vida perderá o sabor, o tempero. Estará apto para ser um alienígena, não um ser humano.

 

 

 

O "pulmão da emoção" de qualquer ser humano clama pelo oxigênio do prazer. Mas, com o passar do tempo, o "ar psíquico" pode ficar muito rarefeito e a emoção se contrair com os anos.

 

 

 

Uma pessoa tranquila é forte, mesmo que pareça frágil; uma pessoa irritada é frágil, embora pareça forte.

 

 

 

Ser tranquilo é desenvolver atividades com brandura, dar cada passo ao seu tempo, fazer uma coisa de cada vez, saber esperar. É ter habilidade para não se estressar diante das contrariedades e para diminuir a temperatura da emoção diante das dificuldades. É viver sem atropelos e sem desespero.

 

 

 

Ser tranquilo é abraçar quem está tenso, encorajar quem foi derrotado, apostar em quem não acredita mais em si. Não é ser sempre calmo, correto, previsível. Não é ser livre de estresse, imune ao desânimo, isento de contradições. A pessoa tranquila treina para pedir desculpas quando necessário, refazer caminhos quando preciso, usar o silêncio em situações irracionais, ter serenidade nos momentos de crise.

 

 

 

Não se preocupe quando ninguém o compreender e quando todos o rejeitarem, pois a angústia acabará indo embora. Tenha paciência para esperar que ela se dissipe. Se muitos que tiraram as próprias vidas tivessem esperado mais alguns dias ou meses, ficariam assombrados ao se darem conta do desaparecimento de suas decepções, sentimentos de culpa, angústias.

 

 

 

Saiba que é impossível ser criativo sem inquietação, que é impraticável ser empreendedor sem passar pelas chamas do estresse. A ansiedade estimulante deve ser mantida, mas a que derrota a curiosidade, a inspiração, a ação exploratória, deve ser superada. Jesus sonhava em gerar pessoas livres e tranquilas diante de um Pai dócil e pacífico, e não pessoas atemorizadas diante de um Deus julgador e castrador.

 

 

 

A humildade é o nutriente mais inteligente, fino e penetrante da personalidade humana. Ela alicerça o aprendizado instiga a inspiração, aguça a intuição, amplia o campo de visão, expande a maneira de ser e reagir.

 

 

 

A verdadeira auto-estima e a auto-imagem surgem quando, com humildade e coragem, deixamos de ser vítimas para nos tornarmos protagonistas da nossa própria história. A humildade é fonte de saúde psíquica.

 

 

 

O maior é aquele que serve, os grandes são os que sustentam os menores. O poder não existe para gerar celebridades, mas para ser exercido por pessoas que se doam e contribuem para a humanidade.

 

 

 

Jesus demonstrava que ninguém seria digno do conforto emocional se não usasse suas crises para nutrir-se. Ninguém desenvolveria sua força interior se não usasse suas fragilidades para construí-la. Ninguém seria digno da lucidez se não aprendesse humildemente a reconhecer as próprias tolices e incoerências e as usasse para crescer. Só assim as pessoa seriam capazes de cultivar um jardim depois das tempestades e de encontrar harmonia depois das avalanches.

 

 

 

Para aceitar um novo adepto, as religiões frequentemente exigem mudança. Mas Jesus valoriza primeiro para depois pedir, supre para depois exigir, abraça para depois cobrar.

 

 

 

A tese do socialismo é de mudança de fora para dentro, a do intrigante homem Jesus é de dentro para fora. Para ele, imaginar a existência de uma igualdade pura é ingenuidade, pois só o amor nos aproxima. 

 

 

 

Alguns dizem que pautam sua vida pela honestidade. Mas quem não mente algumas vezes? Quem não conta meias-verdades? Quem não se esquece do que prometeu para si mesmo? Quantas vezes prometemos ser mais tolerantes com os que nos rodeiam e ao primeiro sinal de frustração reagimos impulsivamente.

 

 

 

As vezes é muito melhor dar o ombro para alguém chorar e mostrar uma solidariedade silenciosa do que fazer grandes discursos.

 

 

 

Por que reparas no cisco que está no olho do teu irmão quando não percebes a trave que está no teu? (Mateus 7:3)

 

 

 

O Deus invisível salda as dívidas das pessoas se elas perdoarem com a mesma intensidade o ser humano visível. Para isso é preciso valorizar os estúpidos, cuidar dos que nos contrariam, acolher os que erram frequentemente. Caso contrário, nossa espiritualidade será uma farsa, uma hipocrisia.

 

 

 

É fácil expressar ternura ao Deus eterno, mas é complicado e difícil expressá-la a pessoas cheias de defeitos. É fácil ser afável com os que dão retorno, mas não com os que nos perturbam. Muitos pensadores na filosofia, na psicologia e na psiquiatria são afetuosos com os que os admiram, mas implacáveis com os que os criticam.

 

 

 

Ser afetivo com quem é grosseiro, bondoso com quem é egoísta, dócil com os arrogantes não é hastear a bandeira da fragilidade mas da força. Os fracos usam a força; os sábios, a inteligência.

 

 

 

Conversar leva a uma troca superficial, é enxergar os próprios interesses. Dialogar é se aprofundar, se entregar, se esvaziar emocionalmente, valorizar o outro, ouvir o que ele tem a dizer e confiar-lhe seu íntimo.

 

 

 

O homem Jesus concentrava-se pouco nos erros, mas prestava grande atenção no coração das pessoas. Era capaz de gastar tempo com pessoas socialmente reprovadas para ensinar os que seguiam com essas idéias transmitidas por seus comportamentos: Eu amo incondicionalmente os seres humanos, aprendam também a amá-los", "Não desistam de vocês". "Os frágeis julgam os fortes compreendem", "Não valorizem as pessoas pela fama, poder político ou status, mas pelo coração, pois, se eu optasse pela fama e poder, vocês não estariam comigo".

 

 

 

Uma pessoa madura elogia muito mais do que critica. Exalta o valor de alguém para depois corrigir suas falhas. Conquista primeiro o território da emoção para depois entrar no território da razão.

 

 

 

 O Mestre dos Mestres nos instiga a sermos humildes e ousados. Humildes para reconhecer nossos cárcere interior, ousados para sair dele.

 

 

 

Desejos são superficiais, projetos são elaborados. Desejos não resistem às dificuldades, projetos se fortalecem com o sofrimento.

 

 

 

Nos primeiros 30 segundos depois dos focos de tensão cometemos os maiores erros de nossas vidas. O eu tem de ser trinado, se não perderá o controle e deixará um rastro de dor em sua história.

 

 

 

Cada sofrimento, crise e dificuldade que atravessa é uma oportunidade de ouro não para se punir ou se culpar, mas para se reconstruir.

 

 

Parafraseando o Sermão da Montanha, bem-aventurado os que não se auto-abandonam, os que têm ricos encontros com seu próprio ser, pois deles é o reino da serenidade e do prazer de viver.

 

 

 

Felizes os que humildemente olham para o espelho da sua psique, que descobrem que não são deuses, que procuram superar a necessidade doentia de poder, de controlar os outros, de se fixar em preocupações, pois deles é o sabor inefável da liberdade e o paladar inexprimível da sabedoria.

 

 

 

Fonte: A sabedoria nossa de cada dia (Os segredos do Pai-Nosso 2 - Aprendendo a superar os conflitos humanos) Augusto CURY, editora Sextante